Um Estranho na Praia
Amai, pois, o estrangeiro. Deuteronômio 10:19
Júlia e Janete Hedstrom correram para a praia. Pararam ao ver que o homem barbudo estava sentado lá de novo, como nos outros dias.
O estranho não nadava, não pescava, não saía de barco. Nunca falava nem lia. Simplesmente ficava ali sentado, sem fazer nada.
– Por que é que ele não vai embora? – reclamou Júlia. – Eu queria vir aqui uma vez só e não encontrá-lo!
O dia era escaldante e as meninas queriam nadar, mas não com aquele homem estranho ali sentado. Finalmente, sua mãe as persuadiu a ficarem sentadas na praia, lendo, enquanto ela entrava na água. O dia ficou mais quente ainda, e Janete e Júlia foram vestir seus maiôs.
Enquanto estavam ausentes, o homem falou.
– Acho que suas filhas têm medo de mim – disse ele. – Não vou machucá-las.
– O pai delas morreu há dois anos – disse a mãe. – Não estão acostumadas com a presença de homens.
– Cinco meses atrás, um motorista embriagado matou minha esposa, meu filho e minha filha – disse o homem em voz baixa
– Lamento muito! – respondeu a mãe, sentindo-se de repente culpada por todas as coisas que ela e as meninas haviam dito a respeito dele durante os últimos dias. Haviam concluído que ele era rico, preguiçoso e sem disposição para fazer alguma coisa boa. – Posso imaginar a dor que o senhor está sentindo! – acrescentou ela. – Perder meu esposo também foi difícil.
O homem enxugou algumas lágrimas e continuou, com a voz entrecortada:
– Na segunda-feira passada, o médico me disse que estou com câncer e tenho só três meses de vida.
“Ah, meu Deus, isso é dor demais para uma pessoa suportar!”, pensou a Sra. Hedstrom. E procurou palavras que pudessem ajudá-lo.
– Eu encontrei paz com Deus na Bíblia – disse ela. – Desejo isso para o senhor também.
Ela se afastou para esconder as lágrimas que agora corriam rapidamente. “E pensar que fizemos gracejos acerca de uma pessoa que estava sofrendo tanto!”